quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
Olha o que uma rede faz com um homem...
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Cachorro Quente
- Compadre, você sabe de uma coisa? Passa-se fome, aqui e come-se tudo; em São Paulo estão comendo carne de cavalo e burro, dizem que até aqui já se come carne de cachorro!
O matuto com muita fome, horrorizado com estas coisas. Foi ai que o Xavier convidou o nosso amigo pra um lanche.
- Vamos compadre, comer um cachorro quente!
A garçonete atendeu os dois, abriu o pão e colocou uma salsicha vermelha dentro, entregando ao matuto; este, meio desconfiado, perguntou a moça, olhando para a salsicha vermelhinha: - Dona, a senhora não tem outra parte do cachorro não?
Plautus Cunha... Ceará Rindo.Fortaleza sem data. p. 54.
terça-feira, 20 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Garimpando pérolas
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quinta-feira, 18 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
Pérola da verve cearense
- Sabe de uma coisa, Manuel, eu acho que essa "novidade" não aprova bem... o gosto é ruim e a produção tão grande... não é verdade?
- Sim Senhô... - responde o serviçal - mas como quer vosmicê que renda mais, se cai de gota em gota e vosmicê bebe de cuia em cuia?!...
Publicarei várias histórias pesquisadas sobre o bom humor do cearense. Elas fizeram parte de uma pesquisa sobre cultura popular no Ceará, com o intuito de instrumentalizar o turismo com material para a divulgação da cultura regional. Comecemos por Maranguape, um dos municípios mais conhecidos do Ceará, cidade de Chico Anísio, um entusiasta do seu desenvolvimento, acompanhe no video abaixo:
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sexta-feira, 12 de março de 2010
Um pensamento
quarta-feira, 3 de março de 2010
História: um presente ausente
sábado, 27 de fevereiro de 2010
olha essa pérola feita por professor e alunos.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Xilogravura, depois falemos um pouco mais sobre essa arte.
XILOGRAVURA
J. Miguel
José Miguel da Silva, conhecido como J. Miguel, nasceu em Bezerros, Estado de Pernambuco, no dia 13 de Janeiro de 1961. Filho de J. Borges, começou a trabalhar aos 10 anos de idade na gráfica do pai, onde se produziam grandes quantidades de folhetos de cordel. Inicialmente, trabalhou em composição tipográfica, atividade que o manteve próximo aos trabalhos do pai e à qual foi progressivamente incorporado, em face do grande talento e da capacidade técnica que logo desenvolveu.Iniciando com pequenas gravuras, Miguel despertou desde muito cedo o interesse de marchands e colecionadores. Embora tenha vendido muitas de suas matrizes, ele formou um acervo que hoje conta com mais de 100 obras, algumas das quais expostas em Garanhuns, em Recife e no Rio de Janeiro. Hoje, suas gravuras podem ser encontradas na Casa de Cultura Serra Negra em Bezerros, oficina que divide com seu pai J. Borges, na feira de artesanato de Caruaru e em Recife.
http://www.bezerros-pe.hpg.ig.com.br/artesanato_xilogravura_jmiguel.htm
Dicas: Acervo digital de Cordel
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/
Como sentimos a Cultura....
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Explicando o Blog
Segue a primeira Pérola:
CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ – Patativa do Assaré
Poeta, cantô da rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisa
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.
Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiença.
Nunca fez uma boa paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhece bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.
Pra gente cantá o sertão,
Precisa nele mora,
Te armoço de fejão
E a janta de mucunzá,
Vive pobre, sem dinhêro,
Trabaiando o dia intero,
Socado dentro do mato,
De apragata currelepe,
Pisando inriba do estrepe,
Brocando a unha-de-gato.
Você é munto ditoso,
Sabe lê, sabe escreve,
Pois vá cantando o seu gozo,
Que eu canto meu padece.
Inquanto a felicidade
Você canta na cidade,
Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
Pra sê poeta divera,
Precisa tê sofrimento.
Sua rima, inda que seja
Bordada de prata e de oro,
Para a gente sertaneja
É perdido este tesôro.
Com o seu verso bem feito,
Não canta o sertão dereito
Porque você não conhece
Nossa vida aperreada.
E a dô só é bem cantada,
Cantada por quem padece.
Só canta o sertão dereito,
Com tudo quanto ele tem,
Quem sempre correu estreito,
Sem proteção de ninguém,
Coberto de precisão
Suportando a privação
Com paciença de Jó,
Puxando o cabo da inxada,
Na quebrada e na chapada,
Moiadinho de suó.
Amigo, não tenha quêxa,
Veja que eu tenho razão
Em lhe dize que não mexa
Nas coisa do meu sertão.
Pois, se não sabe o colega
De quá manêra se pega
Num ferro pra trabaiá,
Por favô, não mexa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá que eu canto cá.
Repare que a minha vida
É deferente da sua.
A sua rima pulida
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem deferente,
Meu verso é como a simente
Que nasce inriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obra da criação.
Mas porém, eu não invejo
O grande tesôro seu,
Os livro do seu colejo,
Onde você aprendeu.
Pra gente aqui sê poeta
E fazê rima compreta,
Não precisa professô;
Basta vê no mês de maio,
Um poema em cada gaio
E um verso em cada fulô
Seu verso é uma mistura
É um ta sarapaté,
Que quem tem pôca leitura,
Lê, mais não sabe o que é.
Tem tanta coisa incantada,
Tanta deusa, tanta fada,
Tanto mistéro e condão
E ôtros negoço impossive.
Eu canto as coisa visive
Do meu querido sertão.
Canto as fulô e os abróio
Com toda coisas daqui:
Pra toda parte que eu óio
Vejo um verso se buli.
Se as vez andando no vale
Atrás de cura meus males
Quero repará pra serra,
Assim que eu óio pra cima,
Vejo um diluve de rima
Caindo inriba da terra.
Mas tudo é rima rastêra
De fruita de jatobá,
De fôia de gamelêra
E fulô de trapiá,
De canto de passarinho
E da poêra do caminho,
Quando a ventania vem,
Pois você já tá ciente:
Nossa vida é deferente
E nosso verso também.
Repare que deferença
Iziste na vida nossa:
Inquanto eu tô na sentença,
Trabaiando em minha roça
Você lá no seu descanso,
Fuma o seu cigarro manso,
Bem perfumado e sadio;
Já eu, aqui tive a sorte
De fumá cigarro forte
Feito de paia de mio.
Você, vaidoso e facêro,
Toda vez que qué fumá,
Tira do bôrso um isquêro
Do mais bonito meta.
Eu que não posso com isso,
Puxo por meu artifiço
Arranjado por aqui,
Feito de chifre de gado,
Cheio de argodão queimado,
Boa pedra e bom fuzí.
Sua vida é divertida
E a minha é grande pena.
Só numa parte de vida
Nóis dois samo bem iguá
É no dereito sagrado,
Por Jesus abençoado
Pra consolá nosso pranto,
Conheço e não me confundo
Da coisa mio do mundo
Nóis goza do mesmo tanto.
Eu não posso lhe inveja
Nem você invejá eu
O que Deus lhe deu por lá,
Aqui Deus também me deu.
Pois minha boa muié,
Me estima com munta fé,
Me abraça, beja e qué bem
E ninguém pode negá
Que das coisa naturá
Tem ela o que a sua tem.
Aqui findo esta verdade.
Toda cheia de razão:
Fique na sua cidade
Que eu fico no meu sertão.
Já lhe mostrei um ispeio,
Já lhe dei grande conseio
Que você deve toma.
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá que eu canto cá.